terça-feira, 14 de julho de 2009

Desenvolvimento social português

Rui Zink no seu blog escreve sobre a forma como os portugueses se avaliam a si próprios.

Diz o seguinte: "Sempre achei que nós Portugueses éramos os únicos Verdadeiros Europeus, porque éramos os únicos que, genuinamente, nos queríamos diluir na Europa. E diluir no sentido de anular mesmo. E continuamos a ser o único povo que, genuinamente, se odeia a si próprio enquanto colectivo nacional, mas se adora enquanto pequena colectividade. No fundo somos uma feliz sociedade recreativa, um país com pés de bairro, e a verdade é que nenhum de nós, nem mesmo o mais caturra, resiste a um alegre arraial. Isto podia ser terrível, mas é talvez a chave do nosso génio. Somos o povo-camaleão , o povo-macaco de imitação, o povo-Zelig , o país que quer ser, do primeiro-ministro ao arrumador, “como se é lá fora”. E isso não tem mal nenhum, antes pelo contrário, é o nosso encanto. E a chave para a nossa identidade. “Gostava de ser outro”, disse Pessoa. Ora aqui está uma boa definição para Portugal, acho: “O país que gostava de ser outro”." (ver texto integral aqui)

No dia 4 de Julho escrevi aqui neste blog acerca daquilo que parece ser a emergência das sonoridades populares para o público mais urbano. Considero isso um prenúncio de qualquer coisa nova que está para vir.

A questão é esta: será possível desenvolver economicamente um país sem simultaneamente o desenvolver socialmente? Não creio.

É preciso olhar para dentro e tentar conciliar o que vem de fora com as nossas próprias referências. Por tal, necessitamos de encontrar modelos internos para todas as áreas e domínios sociais.

Só assim deixaremos de desejar diluir e reduzir tudo a uma massa disforme. Inclusive a nós próprios. Só assim podemos conduzir o país e o nosso futuro. Criar um país com o qual nos revemos e acreditamos. Um país à nossa imagem.

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