Que seria, pois, de nós, sem a ajuda do que não existe?
Paul Valéry
Recordo esta frase como citação nas primeiras páginas de um livro de Mário Vargas Llosa. E esta frase que se me apresenta na sequência dos textos.
O interesse pelo projecto humano é algo que mobiliza quem nele participa, mais os que nele não participam, e entenda-se por participação desde a acção, o sonho, à recusa deliberada ou à destruição.
Estar no mundo é ser o mundo.
Uma bola em qualquer sitio que não sabemos onde ou se real, mas que povoada por exuberantes e incontáveis formas de vida em mutação. Fervilhantes sistemas religiosos, políticos, artísticos. A Humanidade e a sua superioridade triunfante perante a bestialidade. A sobrevivência que fez transparecer a necessidade de contemplar a imensa sorte de escapar ao esquecimento e segurar nas pedras, no papel e no pensamento recordações, pensamentos e vontades.
Natura versus cultura.
Planos, projectos, inventos, engenhos, teorias, sistemas, receitas, soluções. Meios quase infalíveis, sujeitos à repetição para fixar o efémero em instantes imediatos que nos façam reconhecer quase no imediato, quem somos e muito provavelmente, para onde vamos. Afinal o mundo cabe na nossa mão.
Eu no mundo, acima do mundo, mais que o mundo.
Retornos à ideia de comunidade. Espaço privilegiado de encontro à escala, do nosso cérebro, emoção e memória e talvez mesmo vontade. Eu, o outro, aqueles, os estranhos, os que virão e que cabemos aqui. Por enquanto …
Recupero o exercício do improvável, em detrimento de barreiras e convenções, e a favor da criatividade, a descoberta, a iniciativa e o empenho humano em beneficio do usufruto da aventura humana.
Eu contigo no mundo que é nosso curioso pelos que virão.