sexta-feira, 29 de maio de 2009

Liberdade individual

Este é um tema demasiado complexo para esgotar num post. Mas há duas coisas que quero dizer, exactamento porque considero que são mal aceites no nosso país.

Primeiro, a liberdade individual é a possibilidade de se fazerem escolhas sobre a condução da nossa vida. E elas são pela sua natureza parciais. Só as escolhas do Estado, dos Media e de outras entidades ligadas ao serviço público é que são orientadas para o todo. Claro que isso é uma idealização, mas, ainda assim, fica a intenção, o que é muito importante. No balanço interno de uma sociedade os indivíduos são o contraponto desse todo. Caso contrário nem sequer precisávamos de democracia. Portanto, a liberdade individual é mãe da parcialidade.

Segundo, não há liberdade individual sem existir, disseminada pelos cidadãos, uma certa resiliência emocional nas reacções à opinião contrária, à incompreensão, ao erro. Aquilo que é vulgarmente denominado por tolerância. Mas não uma tolerência abstracta. Falo de uma tolerância vivida, uma tolerância dinâmica. Uma tolerência que se manifesta quando alguém nos perturba. A solução para reagir ao choque de ideias não é exigir o silêncio, mas mais explicações. A incompreensão não deve calar, deve incentivar mais conversação. A liberdade individual deve significar a possibilidade de duas ou mais pessoas opinarem, confrontando-se. Não concordar não significa não admitir que o outro diga aquilo que disse. Um projecto social que incide na liberdade individual só está completo quando existe esse grau elevado de tolerância às perturbações que advém da conversação e experiência social.

Fica agora um exemplo de liberdade individual, no caso de liberdade de expressão corporal:

The Sounds, Painted by numbers

quinta-feira, 28 de maio de 2009

A transição do discurso, uma nova forma de estar neste mundo

Lançou-se neste blog um repto: dizemos que é um imperativo assumir a necessidade de mudança. Ainda não sabemos para estabelecer o quê nem como.

Quanto a mim uma questão que deve ser debatida é o conceito de solidariedade. Por um lado, discutir que tipo de solidariedade queremos promover e, por outro, como conseguir fazer com que haja mais pessoas a intervir em prol dos outros.

A verdade é que eu não acredito na existência de uma solidariedade motivada por razões puramente altruistas. E considero que o discurso "por razões morais" já não penetra na nossa sociedade. No entanto, acho necessário aumentar os níveis de solidariedade. Defendo, em oposição à ideia estabelecida, que a solidariedade mais adequada aos nosso tempos é a solidariedade dos interesses.

Vivemos numa sociedade movida pelos interesses. Sempre foi, mas agora é assumida. Contudo esse pequeno facto altera muita coisa. Porquê? Porque cada vez é mais difícil convencer alguém com um discurso centrado na empatia piedosa. A sociedade das liberdades individuais também é a sociedade dos interesses individuais. Uma vem com a outra. Como o contrário também é verdade, quanto a mim a solução para o problema que aqui trago à discussão não passa por aderir a visões que restrijam a liberdade individual (nem marxismos, nem neo-liberalismos, nem religiões, nem ateísmos militantes)

Eu sigo por outra via. Ou melhor, eu tento seguir por outra via. Na medida em que vivo num contexto híbrido, diverso, que sobre os mesmos assuntos tem gente mais conservadora e outros com uma visão mais progressistas. Nasci aqui. Vivo aqui. Por tanto, eu próprio tenho de lidar, internamente, com as minhas incongruências. Que para já se apresentam irreconciliáveis.

Mas proponho que na visão que estamos a construir sobre o nosso modo de vida se assuma plenamente a ideia de que estamos numa sociedade movida pelos interesses individuais. E que, em seguida, retiremos consequências dessa imagem. Primeiro, deixar de julgar toda a gente, permanente e violentamente por defender os seus próprios interesses. Porque nós também fazemos isso. Segundo, que se viva a partir de um discurso (porque de facto nós somos o nosso discurso) mais adequado à situação deste mundo, mais assente nas noções de ganho e perda.

Não estou a defender a absolutização dessa visão, mas defendo um ganho de ênfase no total da nossa ecologia comunicacional.

Por exemplo, o MAS é uma entidade que pretende reunir todos os actores sociais, e é por isso uma entidade política. Tem de ter um discurso. Pode ser mais ou menos moralista. Se for moralista, terá uma política de comunicação baseada nos números, com uma interpretação zangada pelo facto de ainda termos números tão elevados de pobreza, exclusão, etc. Considerando que os números e o ralhete têm um impacto positivo sobre a alteração dos comportamentos das pessoas, nomeadamente aquelas que têm maior capacidade para mudar a situação (dinheiro, tempo, poder, trabalho). Mas numa sociedade dos interesses as reacções empáticas estão circunscritas à família e/ou amigos. Logo, esse discurso não "entra" nesses meios sociais.

Não resulta. Podemos viver em negação da realidade e viver zangados. Podemos viver numa luta quixotiana. Podemos tudo. Vivemos numa sociedade livre e ainda bem. Mas não é isso que eu quero para mim e falo para aqueles que não querem isso para si.

Se o MAS adequar o seu discurso à sociedade dos interesses, a sua política de comunicação incidirá nos ganhos que cada indivíduo da sociedade pode ter a partir dos seus gestos de solidariedade. Não conheço estudos para sustentar um discurso concreto, mas poderá incidir nas questões da redução da insegurança, na construção de uma economia mais forte, na possibilidade de ver o contexto social elogiar o seu gesto, questão que mexe com os egos, etc.

Temos de decidir o que queremos: uma sociedade mais solidária ou mais "bem intencionada". Quanto a isso sou cínico: repito, não acredito na bondade pura e importa mais que alguém tenha comida em casa ou receba educação, mesmo que o dinheiro tenha sido dado porque alguém quis receber "festas" no seu ego.

sábado, 23 de maio de 2009

Temos de ser antes de defender

A Catizzz lançou o mote, baseado em Ghandi: só podemos defender a mudança, quando nós próprios somos um exemplo daquilo que pode ser a mudança.

Esta é uma óptima base para este debate. Quando assim é a evolução faz-se orientada pela autenticidade.

Devemos ser autênticos, o que no nosso mundo já é algo revolucionário.

É aqui que me quero estabelecer para já. Começo por afirmar o seguinte: Vivemos em democracia!

Mas estranhamente, sinto que - para a cumprir na sua dimensão social e deixar que da sua vertente política evolua para as relações sociais, quotidianas - é necessário cumprir de novo uma forma de estar própria dos tempos da dituadura: a dissidência.

Antes de sabermos o que queremos para a nossa vida, quotidiano, país, ..., temos de ser autenticamente dissidentes.

Em praticamente todos os grupos, colectividades, instituições do nosso país as teias sociais montadas estão tão impregnadas de fidelidades, são tão fechadas, tão castradoras, tão hiper-sensíveis às perturbações, com uma visão tão estreita e alheia ao interesse comum, que, para muitos, estar presente nesses meios significa colocar uma máscara. Significa afastar-se de ser e defender o que se é e no que se acredita.

Não se trata de acreditar que seja possível acabar em absoluto com isso, trata-se de reduzir a dimensão da formalidade ao necessário e abrir todo o resto do espaço de trabalho das instituições e relações para a criatividade, conversação e escolha.

Deixar cada um expresar-se um pouco mais de acordo com o que é: deixar que cada um possa ser mais autêntico.

Cada um de nós tem de ser dissidente no seu espaço de acção. Isoladamente dissidente. Corajosamente dissidente.

Dissidente em direcção a si próprio.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

DAYDREAM

amanhã comento .... mas estou a gostar

deixo um som

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Desafio aos Bisturis

"Creio ser necessário rever conceitos como investimento, hierarquia, trabalho, esforço, criatividade."

Artur S.


Gostaria de convidar toda a multidão que nos segue para participar neste debate. E se poderem ou quiserem tragam um amigo.

Eu e o Artur consideramos que as coisas, tal como estão, não vão durar muito. Estamos no fim da linha de um modelo cultural que, de alguma forma, mistura tiques de ditadura com um vale tudo niilista.

Consideramos que esta forma de estar é insustentável e é um modelo que está a "quebrar".

Conceitos como investimento, hierarquia, trabalho, esforço e criatividade têm de ser reequacionados. Esse é o nosso desafio.

Está comnosco?

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Nem tanto ao mar nem tanto à terra

Os quotidianos têm vindo a tornar-se em autênticos fardos, muita gente sente que os tem completamente sobrecarregados.

É frequente ouvir da boca das pessoas a expressão, muito elucidativa: - Não tenho tempo!

Esta urgência tem várias consequências, exige que se tomem muitas decisões em espaços de tempo muito curtos, isso cria a sensação de que a vida nos foge por entre os dias passados e faz-nos pessoas exigentes relativamente à forma de ser e trabalhar dos outros.

Ficamos, portanto, muito sensíveis a quaisquer perturbações na nossa trajectória mental.

Em última análise esta pressão pode ter várias consequências, vou aqui e para já deter-me sobre duas situações, porque considero-as consequências muito frequentes. Ou bloqueamos no trabalho ou impedimos que as nossas relações se aprofundem. Este é um risco que todos nós estamos expostos. Os resultados de qualquer investimento tardam. E a pressão dos nossos dias nem sempre é contemplativa com essa necessidade de tempo. É a partir daí que muitos optam por orientar o seu esforço intelectual e emocional para uma dessas dimensões, deixando a outra à míngua, impedida de se expandir. E as consequências nem sempre são brandas.

Não existem receitas que permitam resolver estas questões, tal como se resolve um qualquer quebra-cabeças conhecido. Mas podemos estar melhor ou pior preparados para lidar com estas escolhas. Começando, em primeiro lugar, por estar alerta para esta situação.

A outra é libertar gradualmente, até um nível aceitável, a nossa pulsão moralista. Aquela dimensão que nos "obriga" a recuperar insistentemente o acontecimento passado, para o avaliar na sua dimensão moral. Na qual julgamos os outros por toda a mais pequena demonstração de falta de solidariedade, onde nos culpamos por não antevermos a embrulhada em que acabámos por cair, onde tudo é posto na categoria bipolar do bem e do mal ou entre o, definitivamente, certo ou errado.

Esta libertação serve para instrumentalizar um pouco mais as nossas avaliações. Em certas situações é importante parar para pensar. Mas mais importante do que isso, é retirar consequência daquilo que foi pensado. Para desenvolver e aprofundar relações é necessário, tal como para aprofundar a nossa capacidade de trabalho, avaliar as situações pelo que elas são. E numa próxima vez partir daí, estabelecendo-nos numa outra disposição, para reiniciar a nossa vida atarefada.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Auto-retrato ou 19:35 no mês de Agosto





# 41

Come and see
I swear by now Im playing time
I against my troubles
Im coming slow but speeding
Do you wish a dance and while im
In the front
The play on time is won
But the difficulty is coming here

I will go in this way
And find my own way out
I wont tell you to stay
But Im coming to much more
Me
All at once the ghosts come back
Reeling in you now
What if they came down crushing
Remember when I used to play for
All of the loneliness that nobody
Notice now
Im begging slow Im coming here
Only waiting I wanted to stay
I wanted to play
I wanted to love you

Im only this far
And only tomorrow leads my way

Im coming waltzing back and moving into your head
Please, I wouldnt pass this by
I would take any more than
What sort of man goes by
I will bring water
Why wont you ever be glad
It melts into wonder
I came in praying for you
Why wont you run
In the rain and play
Let the tears splash all over you

terça-feira, 12 de maio de 2009

bang bang




Há um lugar para todos.

Pelo menos é o que todos CREMOS. É ensinado na escola, mas muito menos vivido em casa. No acesso real ás oportunidades, no acesso à habitação, à alimentação, transportes e recursos todos os mundos são diferentes.

Passamos a QUERER, quando crer parece não ser suficiente, e o mundo que foi ensinado ou sonhado se parece muito pouco com aquele em que se vive. Na verdade, as insuficiências geram para além da fome, uma espécie de esturpor que inaugura a dor para além da dor, a marca da necessidade transformada em revolta, decepção, desistência e não raras vezes em obsessão febril de submergir do pântano.

Na infinita bondade e luminosa distância tudo é relativo.

Na pele física e psíquica desenham-se marcas de vidas que de tão pouco atraentes e autónomas, para não dizer hostis e odiosas, correm o risco de se tornar, quanto muito, um case study - na melhor das hipóteses e não na plena possibilidade de livre escolha.

Tomar consciência disso é brutal. Há quem se tenha envolvido nessa realidade e nela se instalou, ombro a ombro – no lugar que acreditava ser o melhor – o seu! Agnes Gonxha Bojaxhiu – Madre Teresa de Calcutá, trabalhou o que considerou ser a sua vocação e viveu no meio dos mais pobres e tratou dar voz às suas causas. “Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota” dizia. Todos parecem ser úteis na sua posição.

O respeito pela vida, a comunidade, o civismo, são experiências que nos unem na construção do mundo e que nos permitem a exploração do potencial em cada um de nós.

Insisto que se pense o conceito de construção, quem, como, para quem e por ai fora. Creio ser necessário rever conceitos como investimento, hierarquia, trabalho, esforço, criatividade.

Por último, uma sugestão – La haine, um filme de Mathieu Kassovitz, que no primeiro impacto me repugnou pela brutalidade, pelas tensões e pelas rupturas e me fazia a cada momento querer afastar daquela realidade “que não devia existir”. Hoje percebo que havia “ghettos” dentro de mim de tal modo opressores e oprimidos que me impediam de ver de forma crua a vida e de conviver com as diferenças que em mim não conseguia tolerar.

Há partes que são para morrer, outras para defender, com garra!
E se vi o filme em grande parte se deve à minha amiga pistoleira e bandida Catarina F. que nunca tinha medo de nada e odiava montes de cenas …. Bang, bang with lot´s of love

segunda-feira, 11 de maio de 2009

a propósito ...





da policia dinamarquesa ...

uma boa imagem desejável, mais uma vez um exemplo duma sociedade madura e que se pensa e que faz das rotinas momentos simbólicos e sobretudo "usáveis" da máquina do estado.

o acessivel ao nosso alcance!

cá pelo nosso país, vai uma distância - profissão mal paga, com elevado desgaste e um fosso que dista a população da segurança e vice versa.

e a propósito de cogitações utópicas também tenho as minhas, sempre achei que o convivio com mnisfestações artisticas na rua seria uma óptima maneira de dignificar e fazer viver o espaço público com aquilo que de melhor desperta em nós - escultura, música, skates, desporto, por ai ... óferece igual dose de segurança sem recurso às autoridades propriamente ditas, mas com apelo ao colectivo e ao que é nosso .... de todos entenda-se!

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Realidade aumentada

Estamos numa época de extremos, com coisas terríveis e coisas espantosas.

Cada um pode escolher aquilo que quer ver:

terça-feira, 5 de maio de 2009

Nova arma da polícia dinamarquesa

A polícia dinarmaquesa decidiu fazer uma campanha a apelar à utilização de capacete dos ciclistas.

A arma foi um abraço, usando a sintonia como argumento e como forma de sensibilização. Demonstrando que não há correlação entre perda de autoridade e a demonstração de afectos. Ideia feita em certos círculos sociais.

Infelizmente...



ocupar a rua





Bom ... que dizer? estra sintonizado é muito excitante! Isto qualquer dia vem com bolinha! e com música é muito melhor ..ui ui.

Mas adiante ...

Os freudianos fariam já um importante referência à díade mãe-bebé e as suas repercussões, em que por exemplo o par amoroso na sua tendência de fusão procurariam esse ambiente regressivo.

Ocorre-me dizer que o sex XX´foi o século do povo e trouxe para a rua com maior frequência a festa, a critica, a ocupação, o direito à expressão livre e criativa.

Contudo, sair à rua, ocupar a rua, estar na rua tem hoje outros contornos

Que nos tra´zame estes anos em termos da ocupação, da vivência da rua. Pelos menos os festivais de Verão estão ai

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Sintonia

Estar sintonizado é excitante - é uma das maiores aspirações de cada individuo.

A música sempre foi um bom veículo para atingir esse clímax,

domingo, 3 de maio de 2009

Poker Face

No jogo da sedução a incerteza é sempre um enorme afrodisíaco,

e por isso as relações perecem muitas vezes um jogo de poker...



Lady Gaga

sábado, 2 de maio de 2009

já agora só pra baralhar




"Pela reflexão, comedimento, auto-domínio, os sensatos podem tornar-se uma ilha que nenhum dilúvio poderá inundar." Máximas do Dhammapada, 25 - Textos Budistas

epicuro na lapa ...

“Verdade é que o homem sensato não evita o prazer, e quando finalmente as circunstâncias o obrigam a deixar a vida, ele não se comporta como se esta ainda lhe devesse algo para a suprema existência” – EPICURO

Quem tem as graças é a tal menina. Eu nem chego a ser engraçado!
Mas sem uns golpes o bisturi não tem graça!

Recomendo mesmo “disponível para amar” para entrar num jogo entre paixões e bom senso, no entanto longe do senso comum. E sim amigo, creio que apreendi à primeira o âmago do teu post. Que de resto, me parece que vai no mesmo sentido do EPICURO.

Os caminhos é que são imprevisíveis, mas os trilhos talvez rondem os que referes.

Ir...

Open up the sky this mess is getting high
its windy and our family needs a ride
I know we'll be just fine when we learn to love the ride.
I know we'll be fine when we learn to love the ride
I know we'll be just fine when we learn to love the ride.

Tim DeLaughter

sexta-feira, 1 de maio de 2009

ok já percebi - cá está a bom senso


acho que o ricardo queria dizer isto com a sua definição

está tudo mais claro

descobri a familia deles - dos bom senso

ahhh já sei

Bom senso pode ser definido como a forma de "filosofar" espontânea do homem comum, também chamada de "filosofia de vida", que supõe certa capacidade de organização e independência de quem analisa a experiência de vida cotidiana.

É a escolha de alguns critérios para decidir sobre os problemas e dúvidas encontrados. Criteriosidade, porém, pouco rigorosa. Mesmo não tendo acesso à filosofia e à ciência, alguns homens são capazes de desenvolver um senso crítico, uma sabedoria de vida, por meio da qual podem assumir uma postura de certa independência em relação à avalanche de informações e pressões ideológicas que os cercam a todo instante.

O bom senso possibilita avaliar, com certo grau de crítica, o transcorrer dos fatos e a maneira vulgar de pensar.

Refere-se ao ato de raciocinar do ser humano (juízo claro, prudência, etc).

Exemplos:

O homem teve bom senso em não gastar todo seu salário em inutilidades, usando-o para coisas realmente necessárias.

O menino tem bom senso por isso não sai de madrugada com desordeiros.

A mulher de bom senso não namora homem preguiçoso.

Quem tem bom senso sabe pensar antes de falar.

Pode ser entendido como um bom raciocínio que a pessoa tem para evitar cometer atos que possam prejudicá-la futuramente.

(wikipedia)

Disponivel para amar

quem se lembra do filme de Wong Kar-Wai? - Disponivel para amar (in the mood for love)

"O filme trata do amor platónico entre uma mulher e um homem,que se apaixonam e que são vizinhos, ambos foram traídos pelos respectivos cônjuges e ambos não se podem ter um ao outro... É um filme que vive sobretudo da insinuação em detrimento da concretização. Há entre os 2 amantes um enorme amor mas em última análise impossível de concretizar.

As performances transmitem uma sensualidade e desejo quase cerebrais, fruto de uma relação platónica, baseada na sugestão. Apesar dos protagonistas falarem muito pouco em cada cena, conseguem transmitir ao espectador a crescente paixão e emoção entre eles, cada vez que aparecem juntos no ecrã.

A estética do filme é desenvolvida através do uso extremo da luz e cor, tendo, portanto, a música um papel preponderante, na criação do ambiente. Com poucos diálogos e uma montagem quase marginal, repetem-se alguns temas musicais, em determinadas cenas, para enfatizar o estado emocional dos protagonistas e suportar a bela fotografia. Realizado a partir de um argumento quase inexistente e privilegiando a improvisação e destruíndo os clichés lamechas dos homónimos americanos do género. Para ser visto in the mood ..."

Já não sei como começam as paixões, mas são vitais, essenciais e muito benvindas e diria que quanto menos cozinhadas melhor. aqui vale o improviso e é das situações em que penso que as recitas são dispensadas... quanto mais inesperado melhor.

fica um dos temas ... pra abrir o apetite

Bom senso, senso comum e paixões

Bom senso é uma característica de personalidade que influencia a forma como abordamos as questões que surgem no nosso quotidiano, senso comum é um tipo de conhecimento alicercado no que é óbvio na sabedoria colectiva. Muitas vezes são noções que andam irmanadas, em tantas outras é bom que não estejam.

Considerar que é de bom senso estar sempre de acordo com o senso comum é o mesmo que dizer que é bom estar sempre de acordo com as maiorias. Um espírito desses deve ser mandado e jamais deve chegar a lugares de chefia. Nomeadamente, no contexto cultural em que vivemos, no qual o risco, a inovação e a aprendizagem são factores fundamentais na gestão seja do que for: empresas, associações, fundações, famílias, religiões, amigos, escolas, etc. Portanto, nos nossos dias ter bom senso deve ser independente do conhecimento do senso comum. Mais: o bom senso é capaz de compreender o senso comum, e aproximar-se dele quando fizer sentido, num dado momento e para um contexto específico. Mas quem assenta demasiado as suas escolhas diárias no senso comum dificilmente terá a liberdade para ponderar novos aspectos, para incluir novas e melhores ideias na sua acção, nomeadamente sempre que for confrontado com a necessidade de improvisar. E a capacidade de improvisação é cada vez mais solicitada pela nossa cultura.

Só uma visão empobrecida de liberdade é que priveligia a associação entre o bom senso e o objectivo de viver de acordo com o senso comum. As culturas fundamentadas nessa visão serão sempre conservadoras e dificilmente evoluem com a sua envolvente.

O bom senso também não deve ser encarado como um adversário da paixão. Pelo contrário, as emoções orientam as nossas escolhas e podem ser verdadeiros impulsionadores da racionalidade. As paixões dão-nos uma orientação duradora e impede-nos de viver ziguezaguiantes perante um ambiente complexo, diverso, cheio de oportunidades interessantes. Permitem-nos ver o futuro, assente em ideias, projectos ou visões. Por outro lado, como nos explica Reymond Boudon, o bom senso é a capacidade de em cada momento suportar uma ideia num "...sistema de razões suficientemente convincente para se impor e mais convincente que os sistemas de razões propostos pela defesa de asserções divergentes. (em O Relativismo)". É no decorrer dessas trajectórias, envolventes, que iremos alimentar o nosso conhecimento: lá se expressará o senso comum e muitos outros aspectos. Será em cada uma dessas experiências, profundas, que ganharemos densidade e dimensão. A paixão dá-nos capacidade de investir, exige-nos isso.

E por isso defendo que devemos encontrar várias paixões ao mesmo tempo - que se traduzirão numa ligação forte a várias razões, sobre as quais poderaremos o nosso quotidiano. Dessa forma preservamos o bom senso e mantemo-nos apaixonados por várias coisas da vida.